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O crambe é um pequeno grão pouco conhecido no Brasil e que produz óleo. No sudoeste de Goiás, ele tem despertado o interesse da indústria de biodiesel, além de ser mais uma opção para a safrinha.

O crambe ainda é pouco conhecido no Brasil. Começou a ser cultivado no país há pouco mais de dez anos. Os grãos são bem pequenos, cobertos com uma casca acinzentada, e contém quase 40% de óleo vegetal. Daí o interesse da indústria de biodiesel.

O agricultor Cláudio Perdoncine foi um dos pioneiros no plantio da cultura em Goiás. Há três anos, ele aposta na lucratividade do crambe. “É uma cultura plantada fora de época, onde nenhuma outra cultura de safrinha entra. Deixando a matéria orgânica, o que der de lucro já é satisfatório ao produtor”, avaliou.

A planta chega a 90 centímetros de altura na fase de colheita e desenvolve raízes profundas, que ajudam a descompactar o solo. Deixa a terra mais preparada para o plantio da soja na safra de verão. Por isso, a oleaginosa tem se mostrado uma boa opção para a safrinha.



Uma das vantagens do crambe é o rápido ciclo de produção. Do plantio à colheita são cerca de três meses, enquanto o milho, uma das culturas mais usadas na safrinha do sudoeste goiano, são necessários cerca de 160 dias.

Quase toda a produção do município vai para uma usina, que fica a cinco quilômetros de Jataí, onde o grão é esmagado para a extração do óleo que será transformado em biodiesel.

De acordo com o engenheiro agrônomo João Paulo Camozzi, o crambe é uma das oleaginosas com melhor rendimento na produção de combustível vegetal, quase o dobro da soja. Estudos estão sendo realizados sobre o aproveitamento do bagaço do grão para o uso na alimentação animal.

“Estamos desenvolvendo trabalho para ver se conseguimos introduzir isso na pecuária e uma outra atividade para tornar a cultura mais lucrativa", disse o agrônomo.

Ao todo, trinta produtores de Jataí, em Goiás, investiram na cultura do crambe e plantaram quatro mil hectares. A colheita começa em junho.

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